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Como se livrar de Vícios

📍 Por Felipe – Terapia Integrativa & Saúde Mental


Por que você não consegue parar? Entenda a relação entre vícios e ansiedade


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Você sabe que faz mal. Já prometeu que seria a última vez. Já sentiu vergonha, culpa, raiva. Mas volta, como se algo maior do que você tomasse as rédeas. Talvez seja com a comida, a bebida, as redes sociais, o cigarro, as compras, jogo do tigrinho ou até com a pornografia.


O nome muda, mas o mecanismo é sempre o mesmo: o vício se instala onde a ansiedade não foi escutada.


Vício não é fraqueza. É tentativa de alívio.


Todo vício começa com um propósito: regular o desconforto emocional. A mente, inquieta e sobrecarregada, encontra um “atalho” para baixar a tensão — seja por meio de um chocolate à noite, uma taça de vinho, uma rolagem sem fim no feed. A princípio, funciona. Mas o preço logo aparece.


O cérebro, que opera por padrões, aprende rapidamente. E começa a associar certos comportamentos a certos horários, lugares, pessoas, sensações. A sexta-feira pede um drink. O tédio pede uma compra. A solidão pede o cigarro. E, antes que você perceba, não é mais você quem está no comando.


A dopamina não quer o que você gosta — ela quer o que você aprendeu a repetir.


A maioria das pessoas não é viciada na coisa em si — mas na descarga química que ela provoca. A dopamina, principal neurotransmissor do sistema de recompensa, age como um radar de promessas de prazer. E quando a dopamina é ativada repetidamente por um mesmo comportamento, o cérebro reforça o caminho.


Cria um vício.


Só que há um preço invisível. O excesso de dopamina reduz a sensibilidade dos receptores. Com o tempo, o que antes era prazeroso vira necessidade. Você precisa de mais para sentir menos. E isso te deixa mais impulsiva, desatenta, desmotivada.

O vício, portanto, não é um hábito ruim. É um ciclo bioquímico que captura a mente e a esvazia de liberdade.


Você não se liberta de um vício lutando contra ele. Você se liberta escutando o que ele está encobrindo.


O comportamento vicioso é só a ponta do iceberg. A pergunta mais importante não é “por que eu não consigo parar?”, mas sim:


“O que em mim está pedindo socorro e eu não estou ouvindo?”


A ansiedade, a angústia, o vazio, a raiva — tudo isso são sinais. Se você continuar tentando controlar o sintoma, sem cuidar da causa, o ciclo volta. E às vezes volta pior.


Por isso, a verdadeira cura não é a proibição, mas a reconexão. É entender a origem da ansiedade, os gatilhos emocionais, os contextos ambientais, as crenças distorcidas. É reestruturar a bioquímica do cérebro com suporte nutricional adequado, trabalhar o terreno intestinal, restaurar o equilíbrio dos neurotransmissores — e, acima de tudo, reaprender a lidar com a vida sem anestesia.


Ambiente, corpo e psique: tudo importa.


O vício é altamente contextual. Há lugares, pessoas, situações e até horários que o acendem. Por isso, um passo crucial é mudar o ambiente. Não adianta querer parar de fumar se você continua convivendo com os mesmos gatilhos, nos mesmos horários, com as mesmas companhias.


Além disso, muitos vícios se agravam quando o corpo está inflamado, carente de nutrientes-chave para o equilíbrio do sistema nervoso. A falta de magnésio, vitamina D, triptofano, B6, zinco — tudo isso impacta diretamente no seu humor, foco e capacidade de autocontrole.


Em um tratamento integrativo, abordamos corpo, mente e ambiente como um só sistema. Porque só assim é possível interromper o ciclo do vício sem cair em outro.



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